Estudo mostra que as crianças podem ter um melhor desempenho na escola se entenderem que o fracasso é parte do aprendizado. Veja como incentivar a confiança do seu filho e ajudá-lo quando está com dificuldade
Foi assim com você e ainda continua da mesma maneira. A semana de provas é estressante – tanto para pais quanto para filhos. Você, no tempo que pode, procurou fazer o melhor para auxiliar o seu filho nas dúvidas que tinha em cada disciplina. Ele, por sua vez, se esforçou nos estudos, ainda que em algumas matérias tenha mais facilidade, claro! Muitas vezes, no entanto, na hora da prova, o nervosismo - ainda mais para aqueles que estão passando por essa experiência pela primeira vez - tira a concentração e a decepção chega junto com as notas. E agora? Como lidar com a pontuação baixa ou até mesmo um boletim inteiro vermelho?
Uma pesquisa feita pela Universidade de Poitiers, na França, mostrou que as crianças têm um melhor desempenho na escola quando se sentem confiantes e entendem que o fracasso faz parte do aprendizado. Isso quer dizer que não adianta você pressionar o seu filho para que ele tire notas boas. “Se a criança tiver medo de errar, ela não vai arriscar e vai ter dificuldade de se lançar em novos desafios”, diz o pesquisador Frederique Autin, autor do estudo.
Para chegar a esse resultado, os cientistas dividiram 111 alunos do sexto ano em dois grupos. Todos receberam problemas difíceis que nenhum deles saberia resolver. Um grupo foi orientado por um especialista a entender que o aprendizado é difícil e, por isso, falhar é comum, mas a prática vai ajudar. Da mesma maneira que é aprender a andar de bicicleta e depois é mais que natural. Para o segundo grupo, o pesquisador perguntou apenas como eles tentariam resolver os problemas.
Em seguida, os alunos fizeram um teste para medir a capacidade de memória, uma habilidade cognitiva fundamental para armazenar e processar as informações. O estudo indicou que os estudantes que receberam um incentivo sobre a dificuldade na aprendizagem obtiveram melhores resultados, especialmente nos problemas mais difíceis, do que o grupo que foi apenas questionado. "Os professores e os pais devem incentivar as crianças a progredir em vez de se focarem apenas nas notas dos testes”, diz Autin.
Para a professora da escola BBS, Cristina Navarenho Santos Zanetti, há 16 anos na profissão, antes de tudo, é importante que o professor acolha o aluno para depois questionar qual foi o problema que o levou àquela nota. “As provas devem ser somente mais um instrumento de avaliação, junto com excursões, trabalhos, atividades em grupo e feiras de ciência - e não uma ferramenta que concentre todo o peso da aprendizagem daquele bimestre. Isso deixa a criança ainda mais insegura”, esclarece.
Apoio é sempre fundamental
Conversar com o filho, com calma, é o primeiro passo depois que o boletim chega com as notas baixas, segundo Quézia Bombonatto, presidente da Associação Brasileira de Psicopedagogia (ABPp). Lembre-se de que é fundamental que ela possa contar com seu apoio. No entanto, não há uma única fórmula porque depende da característica da criança. “Cada família tem uma dinâmica. Se o filho é descompromissado, os pais precisam descobrir o porquê de ter ido mal na avaliação escolar e incentivar a criança, explicando a importância do estudo para a sobrevivência dela”, afirma. Punição, segundo Quézia, não é o caminho. Em vez de cortar tudo o que ela gosta, como forma de castigo, faça acordos e reorganize a sua rotina. Um exemplo é avaliar o tempo em que ela passa em jogos, assistindo à TV, com atividades extracurriculares, como natação, futebol, balé. Se nada adiantar, vale procurar ajuda profissional para ajudá-la a superar as dificuldades.
Podem ser várias as razões para um desempenho ruim na escola, como falta de estudo e de motivação, timidez na hora de tirar dúvidas, problemas sociais (família e amigos), Déficit de Atenção, entre outros. Junto com a escola, os pais devem observar qual é a principal dificuldade da criança e, dependendo do motivo, ela deve ser orientada por um profissional. Agora, vale reforçar: esse acompanhamento dos pais com os estudos do filho não deve se concentrar apenas no período de provas. O interesse tem de ser diário.
E quando seu filho recupera a nota, deve ser recompensado?
Segundo a psicóloga Rita Calegari, do Hospital São Camilo (SP), a recompensa é perigosa. “A criança tem que perceber que ela já está lucrando com essa nota alta, e não depender de um presente para saber que fez a coisa certa. Senão, ela vai começar a sempre querer algo em troca e deixar de prestar atenção na importância do estudo no seu desenvolvimento”, afirma. O mais válido nesse momento é você mostrar ao seu filho o quanto está feliz e orgulhoso de sua recuperação e também como o esforço é sempre válido para obter resultados, em tudo o que ele fizer na vida. Que tal um brinde antes do jantar? Viva!
Fonte: http://revistacrescer.globo.com
Uma pesquisa feita pela Universidade de Poitiers, na França, mostrou que as crianças têm um melhor desempenho na escola quando se sentem confiantes e entendem que o fracasso faz parte do aprendizado. Isso quer dizer que não adianta você pressionar o seu filho para que ele tire notas boas. “Se a criança tiver medo de errar, ela não vai arriscar e vai ter dificuldade de se lançar em novos desafios”, diz o pesquisador Frederique Autin, autor do estudo.
Para chegar a esse resultado, os cientistas dividiram 111 alunos do sexto ano em dois grupos. Todos receberam problemas difíceis que nenhum deles saberia resolver. Um grupo foi orientado por um especialista a entender que o aprendizado é difícil e, por isso, falhar é comum, mas a prática vai ajudar. Da mesma maneira que é aprender a andar de bicicleta e depois é mais que natural. Para o segundo grupo, o pesquisador perguntou apenas como eles tentariam resolver os problemas.
Em seguida, os alunos fizeram um teste para medir a capacidade de memória, uma habilidade cognitiva fundamental para armazenar e processar as informações. O estudo indicou que os estudantes que receberam um incentivo sobre a dificuldade na aprendizagem obtiveram melhores resultados, especialmente nos problemas mais difíceis, do que o grupo que foi apenas questionado. "Os professores e os pais devem incentivar as crianças a progredir em vez de se focarem apenas nas notas dos testes”, diz Autin.
Para a professora da escola BBS, Cristina Navarenho Santos Zanetti, há 16 anos na profissão, antes de tudo, é importante que o professor acolha o aluno para depois questionar qual foi o problema que o levou àquela nota. “As provas devem ser somente mais um instrumento de avaliação, junto com excursões, trabalhos, atividades em grupo e feiras de ciência - e não uma ferramenta que concentre todo o peso da aprendizagem daquele bimestre. Isso deixa a criança ainda mais insegura”, esclarece.
Apoio é sempre fundamental
Conversar com o filho, com calma, é o primeiro passo depois que o boletim chega com as notas baixas, segundo Quézia Bombonatto, presidente da Associação Brasileira de Psicopedagogia (ABPp). Lembre-se de que é fundamental que ela possa contar com seu apoio. No entanto, não há uma única fórmula porque depende da característica da criança. “Cada família tem uma dinâmica. Se o filho é descompromissado, os pais precisam descobrir o porquê de ter ido mal na avaliação escolar e incentivar a criança, explicando a importância do estudo para a sobrevivência dela”, afirma. Punição, segundo Quézia, não é o caminho. Em vez de cortar tudo o que ela gosta, como forma de castigo, faça acordos e reorganize a sua rotina. Um exemplo é avaliar o tempo em que ela passa em jogos, assistindo à TV, com atividades extracurriculares, como natação, futebol, balé. Se nada adiantar, vale procurar ajuda profissional para ajudá-la a superar as dificuldades.
Podem ser várias as razões para um desempenho ruim na escola, como falta de estudo e de motivação, timidez na hora de tirar dúvidas, problemas sociais (família e amigos), Déficit de Atenção, entre outros. Junto com a escola, os pais devem observar qual é a principal dificuldade da criança e, dependendo do motivo, ela deve ser orientada por um profissional. Agora, vale reforçar: esse acompanhamento dos pais com os estudos do filho não deve se concentrar apenas no período de provas. O interesse tem de ser diário.
E quando seu filho recupera a nota, deve ser recompensado?
Segundo a psicóloga Rita Calegari, do Hospital São Camilo (SP), a recompensa é perigosa. “A criança tem que perceber que ela já está lucrando com essa nota alta, e não depender de um presente para saber que fez a coisa certa. Senão, ela vai começar a sempre querer algo em troca e deixar de prestar atenção na importância do estudo no seu desenvolvimento”, afirma. O mais válido nesse momento é você mostrar ao seu filho o quanto está feliz e orgulhoso de sua recuperação e também como o esforço é sempre válido para obter resultados, em tudo o que ele fizer na vida. Que tal um brinde antes do jantar? Viva!
Fonte: http://revistacrescer.globo.com
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