segunda-feira, 2 de abril de 2012

Cresce o interesse pela arqueologia


Fonte: Diário do Pará.

Um projeto criado por arqueólogos da Universidade de São Paulo (USP) pode tornar mais interessante o ensino de ciências e de outras disciplinas nos ensinos fundamental e médio.

Ana Luiza Oliveira e Stella Totoli investigam atentamente a réplica em miniatura de um misterioso funeral. Aos poucos, encontram restos mortais de dois jovens vestidos com roupas modernas e manchadas pelas marcas de tiros a queima-roupa.

Como alunas do ensino médio do Colégio Porto Seguro, em São Paulo, devem descobrir as razões do crime e o contexto sociocultural em que ele aconteceu, atividade que reúne, ao menos, conteúdos de história, geografia, biologia e arqueologia

Aos poucos, descobrem que as minuciosas imitações de esqueleto, pouco maiores que a palma de uma mão aberta, representam, na realidade, presos políticos argentinos, mortos durante a repressão organizada pelo regime autoritário, na década de 1970

Segundo Sabine Eggers, do Instituto de Biociências da USP, o objetivo é despertar em crianças e adolescentes o interesse pelo método científico e por diversas disciplinas do currículo escolar. Sabine realiza estudos sobre sambaquis - estruturas construídas com conchas pelos nativos - e sobre paleopatologia - doenças que acometiam as primeiras populações do continente.

“Além disso, queremos que os jovens descubram a forma como a morte é encarada nas mais diversas culturas, algo que pode servir como um estímulo à tolerância”, comenta Sabine.

Tamy Haase e Deborah Camerini, colegas de turma de Ana Luiza e Stella, por exemplo, mergulharam em uma história bem distante - no tempo e no contexto - da repressão argentina. Elas encontraram um esqueleto acondicionado em uma urna de cerâmica marajoara.

Artigos científicos e livros de história são as principais fontes de inspiração para as réplicas em miniatura construídas pelos pesquisadores.

Tudo começou no 48.º Congresso Nacional de Genética, em Águas de Lindoia (SP). A organização do evento pediu a Sabine que pensasse em uma atividade interessante para realizar na praça principal da cidade, voltada principalmente para a população local. Ela discutiu o desafio com três de suas alunas da pós-graduação. (AE)

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