Dois dos maiores debates para a Rio+20 envolvem a questão da economia verde para o desenvolvimento sustentável e erradicação da pobreza, bem como a estrutura nacional para essa nova economia. Segundo o ministro de Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antonio Raupp, esses temas serão considerados sob três pilares: econômico, social e ambiental. "Para o Brasil, é de suma importância preservar o legado da primeira conferência", disse durante o Fórum de Ciência, Tecnologia e Inovação para o Desenvolvimento Sustentável promovido pelo Conselho Internacional de Ciência (ICSU), que aconteceu na PUC-Rio entre os dias 11 e 15 de maio.
"Há um sentimento generalizado de que nada mudou desde 1992, como se estivéssemos em um período de inércia política", comentou. De acordo com ele, há vinte anos o aparato tecnológico não se podia comparar ao de hoje, fator que evoluiu e interconectou a sociedade em escala cultural, social, política e econômica. "Além disso, a emergência do conceito de Antropoceno reforçou a ideia de que o ser humano é a principal força motriz de transformações no sistema terrestre."
Raupp afirmou que, em sua essência, essa concepção requer que as nações reavaliem sua relação com o planeta e entre si para a prosperidade das gerações presentes e futuras. "O cuidado com o planeta requer rápidas inovações e para isso o papel da ciência é fundamental", ressaltou.
Algumas das metas citadas para os próximos vinte anos que viabilizam a implementação de políticas sustentáveis em nível mundial foram: ampliar o acesso à água segura para 100% da população do mundo; promover a agricultura sustentável e segurança aIimentar; reduzir em 30% as emissões desse setor; aumentar o uso das energias renováveis de 13% para 30%; reduzir o desmatamento global a 20% dos valores atuais (50 mil km2/ano), entre outras iniciativas.
Economia verde inclusiva
O ministro destacou o investimento brasileiro em energias renováveis, que, segundo ele, já alcança 45% da matriz nacional, como hidroenergia e biocombustíveis. "Estamos muito acima da média mundial. A energia eólica está se disseminando rapidamente e já comporá 7% da matriz elétrica em 2014", acrescentou. Entretanto, o caminho para a sustentabilidade demanda a correção de situações históricas, como o acesso universal ao saneamento básico; mudanças na infraestrutura das grandes cidades para o total acolhimento de novas condutas e revolução no ensino, visando preparar os estudantes para a inovação e para o desenvolvimento sustentável.
"Em resumo, nosso potencial de biodiversidade, nossos avanços recentes no campo social, nosso potencial de energia limpa e nosso desejo de transformar a agricultura brasileira nos permitem fazer uma transição mais rápida e segura para uma nova economia", frisou. Para Raupp, o Brasil defende essa transição desde que ela seja inclusiva, servindo como ferramenta para a implementação do desenvolvimento sustentável e contemplando os pilares econômico, ambiental e social. "A economia verde inclusiva deve fomentar a geração de empregos, inovação tecnológica, ciência, inclusão social e conservação dos recursos ambientais".
O ministro enfatizou a dificuldade de se obter consenso em torno da definição de economia verde, o que, a seu ver, está atrelado ao fato de que cada país deverá traçar uma estratégia de transição, levando em conta suas peculiaridades, perspectivas e necessidades. "Não há uma receita única, e o importante é que essa economia não seja utilizada como pretexto para a imposição de barreiras comerciais, por exemplo", salientou.
Documento final
Por fim, Raupp lembrou que, ao longo dos dois últimos anos, a comunidade científica e tecnológica internacional vem participando da preparação da Rio+20, levando contribuições ao conteúdo dos temas e documentos oficiais. Seguindo a mesma linha, o documento final do fórum da PUC será encaminhado pelo ICSU às delegações e chefes de Estado reunidos no Rio Centro. "Há muito trabalho pela frente, mas estou seguro de que teremos um texto objetivo e contundente sobre o papel da Ciência, Tecnologia e Inovação para a sustentabilidade global e na transição para uma economia verde inclusiva".
(Renata Fontanetto para NABC)
"Há um sentimento generalizado de que nada mudou desde 1992, como se estivéssemos em um período de inércia política", comentou. De acordo com ele, há vinte anos o aparato tecnológico não se podia comparar ao de hoje, fator que evoluiu e interconectou a sociedade em escala cultural, social, política e econômica. "Além disso, a emergência do conceito de Antropoceno reforçou a ideia de que o ser humano é a principal força motriz de transformações no sistema terrestre."
Raupp afirmou que, em sua essência, essa concepção requer que as nações reavaliem sua relação com o planeta e entre si para a prosperidade das gerações presentes e futuras. "O cuidado com o planeta requer rápidas inovações e para isso o papel da ciência é fundamental", ressaltou.
Algumas das metas citadas para os próximos vinte anos que viabilizam a implementação de políticas sustentáveis em nível mundial foram: ampliar o acesso à água segura para 100% da população do mundo; promover a agricultura sustentável e segurança aIimentar; reduzir em 30% as emissões desse setor; aumentar o uso das energias renováveis de 13% para 30%; reduzir o desmatamento global a 20% dos valores atuais (50 mil km2/ano), entre outras iniciativas.
Economia verde inclusiva
O ministro destacou o investimento brasileiro em energias renováveis, que, segundo ele, já alcança 45% da matriz nacional, como hidroenergia e biocombustíveis. "Estamos muito acima da média mundial. A energia eólica está se disseminando rapidamente e já comporá 7% da matriz elétrica em 2014", acrescentou. Entretanto, o caminho para a sustentabilidade demanda a correção de situações históricas, como o acesso universal ao saneamento básico; mudanças na infraestrutura das grandes cidades para o total acolhimento de novas condutas e revolução no ensino, visando preparar os estudantes para a inovação e para o desenvolvimento sustentável.
"Em resumo, nosso potencial de biodiversidade, nossos avanços recentes no campo social, nosso potencial de energia limpa e nosso desejo de transformar a agricultura brasileira nos permitem fazer uma transição mais rápida e segura para uma nova economia", frisou. Para Raupp, o Brasil defende essa transição desde que ela seja inclusiva, servindo como ferramenta para a implementação do desenvolvimento sustentável e contemplando os pilares econômico, ambiental e social. "A economia verde inclusiva deve fomentar a geração de empregos, inovação tecnológica, ciência, inclusão social e conservação dos recursos ambientais".
O ministro enfatizou a dificuldade de se obter consenso em torno da definição de economia verde, o que, a seu ver, está atrelado ao fato de que cada país deverá traçar uma estratégia de transição, levando em conta suas peculiaridades, perspectivas e necessidades. "Não há uma receita única, e o importante é que essa economia não seja utilizada como pretexto para a imposição de barreiras comerciais, por exemplo", salientou.
Documento final
Por fim, Raupp lembrou que, ao longo dos dois últimos anos, a comunidade científica e tecnológica internacional vem participando da preparação da Rio+20, levando contribuições ao conteúdo dos temas e documentos oficiais. Seguindo a mesma linha, o documento final do fórum da PUC será encaminhado pelo ICSU às delegações e chefes de Estado reunidos no Rio Centro. "Há muito trabalho pela frente, mas estou seguro de que teremos um texto objetivo e contundente sobre o papel da Ciência, Tecnologia e Inovação para a sustentabilidade global e na transição para uma economia verde inclusiva".
(Renata Fontanetto para NABC)
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